segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

NAS ESTRADAS, ESTAMOS SEMPRE A DESCER


Já ouvi vezes sem conta que o que de mais precioso um país possui são os seus filhos, alias não há uma verdadeira Nação sem população. Conhecemos o exemplo das cidades e países populosos que valendo-se do colectivismo da sua população consegue tocar “a vida pra frente”. Portanto, população é riqueza.
Todavia, no nosso país parece que o homem é o ultimo da fila na cadeia de valorização dos recursos. Senão vejamos; as estatísticas oficiais dadas pela Viacção e Transito revelam o inusitado número de mais de 14 mil cidadão que perderam a vida no país em conseqüência de acidentes de viação. Se quisermos “medir” a dimensão real do valor desse numero podemos fazer o seguinte exercício: morrendo a média de uma pessoa por dia por igual causa ao ano, teríamos tido 365 mortos em 2011. Se tivéssemos tido o infortúnio de perdermos 10 pessoas por dia o numero subiria para 3650 (três mil e seiscentos e cinqüenta). Ora, nem um nem outro numero esta próximo da realidade porque grosso modo perdemos mais de 38 pessoas ao dia por acidente de viacção em 2011.
O meu espanto, é que o numero foi dado com tamanha leviandade que desapareceu da agenda dos noticiários da media como apareceu: num ápice. Não quero culpar quem deu o numero, nem aos media que não deram o valor devido ao facto, mas todos que habituados a desgraça nem sequer repararam que aquele numero revelava uma monstruosidade que tem ocorrido todos os dias nas nossas estradas sem que cabeça alguma raciocine e sugirá mudanças ou no mínimo tomar medida para debelar o mal.
Desde que ouvi o numero que tenho estado a reflectir o quão insensível nos tornamos que o nosso “SOMOS UM POVO ESPECIAL” não é no sentido positivo mais no negativo. Só assim se pode entender que nos julguemos grandes e grandiosos, exibindo o nosso metereoritico crescimento economico, andemos a construir avantajadas infraestruturas, a procurar ser o maior produtor de petróleo no continente e sei lá mais o quê e ninguém se importe com a dimensão do desastre que todos os dias ocorre nas nossas estradas.
Temos de acordar, colocar os pés bem assentes no chão e tomarmos uma decisão. Esta foi a
minha primeira decisão depois de neste sábado ter quase presenciado a colisão de dois veículos (como mostra as fotos) na estrada desvio do Zenza – Trombeta e ter corrido para socorrer as vitimas e a seguir ter se deparado com a mistura de ferro torcido e carne humana triturada que so via antes nos filmes, compreendi a banalização que se votou a vida em Angola.

Para que servem brigadas especiais de transito, pagar multas com multicaixa, socorros vitais básicos, e sei lá mais quantas mordomias que exibimos na televisão, na radio e no jornal se o maior bem, o mais precioso e sem preço é disperdiçado banal e levianamente.
Temos de acordar IRMÃO ANGOLANOS, não temos de continuar a “descer nas estradas” basta uma mudança, basta uma atitude.

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