domingo, 7 de agosto de 2011

A NOSSA DITA AUTO-ESTRADA


Experimentei recentemente fazer uma reportagem sobre a nossa dita “AUTO-ESTRADA”. No terreno, prestei atenção em menos de 10 segundos passaram por mim nada mais e nada menos que 10 veículos e facilmente se podia concluíram que estávamos efectivamente em uma estrada de trafego veloz.
Na procura de compreender o que era isso aí de “AUTO-ESTRADA”, fui obrigado a buscar por definições. Dentre as varias encontrei esta que diz que AUTO-ESTRADA é uma via publica destinada a transito rápido de tráfego motorizado com os acessos condicionados, sem cruzamentos de nível e com as faixas de rodagem separadas entre si; dotada de pelo menos duas vias em cada sentido, separadas por elementos físicos. Não possui cruzamentos - e sim rampas de acesso - e serve primariamente, para atender ao tráfego entre áreas urbanas ou dentro de grandes cidades.
Na minha pesquisa acabei por ser advertido para não confundir auto-estradas com vias expressas, ou vias rápidas nem com sistemas rodoviários nacionais.
Conceitos à parte a nossa é AUTO-ESTRADA, VIA RAPIDA ou VIA EXPRESSA, começou a ser erguida em fevereiro de 2006 e hoje liga Benfica-Viana-Cacuaco e é a primeira de Angola, com mais de 50 quilômetros de percurso.
Ela é composta de duas faixas de rodagem em cada sentido e um separador central de 20 metros. Previa-se que se podiam acrescentar mais uma faixa para cada sentido. Consta dos detalhes técnicos do projecto a construção de 30 valas de drenagens, bem como, oito vias de retorno para a ligação a algumas localidades ao longo da mesma. Ela facilita a ligação entre outros projectos como o Camama, novo Centro Universitário, nova centralidade do Kilamba Kiaxi, Zango, dentro outros pontos de Luanda assim como com o novo aeroporto projectado para a região de Calumbo e um melhor acesso do Porto de Luanda para o Porto Seco de Viana. Tem também como objectivo facilitar as deslocações entre Luanda e as províncias de Angola, com realce para Bengo, Uíge, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Benguela, Huíla, Huambo e Bié.
Na verdade a infra-estruturais rodoviárias é um grande investimento do governo de Angola.
O paradoxo, é que normalmente, as auto-estradas possuem portagem, sendo concessionadas a uma empresa que as explora comercialmente. Com o lucro ou rentabilização da infra-estrutura se pode adquirir fundos para a sua manutenção e conservação.
Ao que se sabe, a nossa auto-estrada ainda não tem uma entidade para administrá-la nem se denota meios e dispositivos que indiciam que no futuro a sua utilização será rentabilizada. Em conseqüência já é grande o grau de destruição. Podemos observar in loco este cenário.
A foto junta a essa matéria diz tudo.
Muitas infra-estruturas similares existentes no mundo a sua preservação é monitorada por dispositivos preventivos, quer sejam patrulhas da policia quer visionamento com recurso a câmaras. Com esses mecanismos era possível detectar qualquer autor de um dano voluntario ou involuntário ao longo de toda a sua estrutura bem como providenciar socorro imediato em caso de sinistro. O controlo nos acessos, para pagamento de portagens e a persuasiva mensagem de que a estrada esta vigiada é um mecanismo sofisticado capaz de induzir os utentes a ser mais prudentes.
O sentimento de “estado providencia” que se instalou na cultura e mente de muitos angolanos deve ser veementemente combatido. Muitos utilizadores ainda consideram que a responsabilidade pela preservação é do governo.
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O projecto prevê a implantação de passagens de níveis para peões, entretanto, em toda a sua extensão ainda não existe nenhuma destas passagens.
Mais um paradoxo é que ter zonas sinalizadas como sendo “passagens para peões” ao largo da plataforma. Em teoria o peão que atravessa “nessas zonas sinalizadas” a seguir esbarra com o separador central que não prevê em toda a sua extensão um único ponto de travessia. A travessia é feita a correr tal é a velocidade dos veículos.
Neste tipo de estrada o transito é feito de maneira rápida. Na pior das hipóteses os veículos circulam a 80 km/H. Em teoria veículos que não alcança essa desempenho não deveriam se fazer a ela. Entretanto na nossa realidade é o contrario. Motorizadas, tratores e até bicicleta rolam a vontade provocando constrangimentos vários aos restantes utentes.
Ordem precisa-se, porque senão é mais um foco de tensão que acaba de ser construído.

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