quarta-feira, 19 de junho de 2013

RADIO, UM MEIO APAIXONANTE

A rádio, meio de comunicação de massa, serve-se acima de tudo da sua rapidez, afinal ninguém melhor que a rádio quando o objectivo for dar factos em tempo real. A possibilidade que a rádio proporciona de divulgar os factos no exacto momento em que eles ocorrem fazem o homem sentir-se parte activa, sujeito e protagonista do seu mundo, pois pelos seus órgãos sensoriais é capaz de tão rápida e instantaneamente saber e aperceber-se das ocorrências com interferência na sua vida e dos seus próximos, alias segundo Walter Sampaio, a rádio intrinsecamente coloca o ouvinte dentro daquela "história que passa", no momento exacto em que está passando e, extrinsecamente, abre-lhe a alternativa de acompanhá-la.
Na introdução do livro O VEICULO, A HISTORIA E A TECNICA, o brasileiro Luiz Artur Ferraretto mostra claramente a força da rádio quando nos reporta a versão de Orson Welles para Guerra dos mundos, transmitida no the Mercury Theater on the air. Segundo o autor “a adaptação radiofônica mexeu com as mentes dos norte-americanos naquela noite. A voz e os sons cuidadosamente escolhidos traçaram poderosas imagens mentais”.
Joseph Paul Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler é o exemplo vivo de usar até a exaustão o poder da radio quando controlando este media o transformou em poderosíssima arma de arremesso a favor do nazismo e contra as forças aliadas. Em muitas das suas aparições na rádio transmitiu ‘imagens’ dramáticas acerca dos males que os aliados infringiam ao mundo e por isso a necessidade de aniquila-los ou descreveu convincentes vitorias das forças nazis que quase conseguia levar as audiências a “ver através da rádio”.
Uma imagem singular do acto de proclamação de  independência de Angola a 11 de Novembro de 1975 ficou para a posteridade. Trata-se do momento   de chegada de Agostinho Neto, imagem fielmente descrita naquele dia em directo pela RNA, através da audácia descritiva de Francisco Simons. É sem duvidas um momento marcante e singular, uma das imagens sonoras bem conseguidas que nos leva a “ver através da audição” os instantes anteriores à formalização do nosso estado soberano.
Um dos segredos esta na técnica da linguagem. Mandam os princípios que a linguagem na rádio tem de ser "quente", acolhedora, entusiasmada. Nada formal.  Convém que esteja sempre no presente para enfatizar o imediatismo.  Ela deve envolver emocionalmente e criar intimidade. Portanto, o recomendável para o locutor em radio é dirigir-se ao seu ouvinte de forma directa, no singular oferecendo valores de vida que emocionam.


 

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