domingo, 28 de dezembro de 2014

AINDA AO KAMBA ISIDORO



A prática tem demonstrado que por essa via utilizada pelo nosso ilustre Isidoro Natalício para debitar a sua contribuição para uma comunicação social mais sã, com a melhor das intenções acho, os resultados não tem sido dos melhores.
Não só tem reacções adversas de um e de outro, como é directamente criticado e ou aconselhado por variadíssimas pessoas, se bem que também devemos considerar que é apoiado por uma significativa fatia de companheiros.
 Para mim precisamos cristalizar dois aspectos fundamentais. De um tempo a esta parte (para ser mais preciso, desde a saída do Isidoro dos cargos que ocupou na província que mais ou menos coincide com a conclusão da licenciatura em Ciências da Comunicação) o companheiro tornou-se um aguerrido crítico do desempenho do nosso jornalismo e da nossa assessoria institucional.
Tem discorrido por essa via rios de argumentos, apoio alguns e refuto outros. Olhando só e somente para este contexto a conclusão que se pode chegar é que o companheiro quer contribuir para a mudança.
A pergunta lógica e que não se cala em mim é: porque só agora o companheiro se tornou tão crítico ao desempenho do jornalismo angolano?
Carlos A. Guerra, autor do conteúdo da Cadeira de COMUNICAÇÃO INTEGRAL no mestrado em Ciências da Informação na Universidade Europeia do Atlântico apresenta-nos algumas características essenciais da comunicação interpessoal que nos podem valer no vertente caso.
Uma das características, é o princípio da irreversibilidade da comunicação. “Uma vez que tendo dito algo, não podemos voltar atras, o que se comunica não tem reverso”. Por essa razão é de todo importante planear as ideias com cuidado antes que elas sejam libertas da nossa mente para se tornarem em linguagem. Só assim se evitam os efeitos negativos que uma comunicação inadequada pode provocar.
Sendo o homem. um ser comunicativo por natureza e vocação, é inevitável e impossível viver sem comunicar. Mesmo a “negação a comunicar-se é em si um acto comunicativo”.
Portanto estamos sempre e permanentemente em comunicação. Sendo assim devemos cuidar ao pormenor das mensagens que lançamos e que são apreendidas por todos os sentidos de que nos servimos (audição, olfacto, tacto, visão, paladar...) e na comunicação escrita deve ser preocupação o que os sinais e signos transmitem e o que transparecem transmitir.
A sabedoria popular nos aconselha a saber ler nas entrelinhas. Tudo isso, faz parte do nosso sistema comunicativo no contexto global. Os estudiosos estabelecem duas leis básicas para a comunicação interpessoal:
1 – O que A diz não é verdadeiro, o verdadeiro é aquilo que B entende.
2 – Quando B interpreta erroneamente uma mensagem de A, a responsabilidade é sempre de A.
Ou seja, na comunicação interpessoal, o peso da comunicação recai sempre no emissor. Ao emissor cabe a missão de se certificar de que o receptor entendeu correctamente. Se o emissor deixa em segundo plano esta verificação, não pode responsabilizar o receptor se a compreensão for errada.
Portanto para mim, a insistência com que volte e meia nos brinda com as suas construtivas críticas deve ser reconfigurada para uma nova forma de exercício. Um exercício que possa ser mais didactico e mais persuasivo.
Talvez por essa via logremos maiores êxitos e assim, sim, estaremos a exercitar a nossa cidadania e a mostrar com argumentos e praticabilidade os degraus que vamos vencendo no sinuoso caminho da instrução e aprendizagem. Quiçá na Academia.
Tenho dito.

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