Até a pouco não
percebia a “procissão” pela média adentro
de analistas e comentaristas. Meia volta daqui, ouvia um comentarista, meia
volta dali ouvia outro comentarista. Chegaram as eleições e um vocábulo rapidamente
ganhou força: POLITICOLOGO. Era politicólogo daqui, politicólogos dali. P´ra
quebrar a corrente só mesmo com os mestres e doutores. Ficava impávido e
curioso. Mas por fim entendi.Uma fonte que
consultei, apontou o hipotético cenário de a via do comentário na média ser uma
rampa de lançamento para voos mais altos na vida pública e na política. A minha
fonte citou dois exemplos emblemáticos. Segundo a minha fonte, começou a ouvir
Santana Lopes como comentarista na média portuguesa e depois acabou Primeiro-ministro
de Portugal. Citou também Obama de quem começou a ouvir como eloquente orador
nos palcos públicos dos EUA e depois acabou inquilino da Casa Branca.
Outro cenário admitido
pela minha fonte é o de puro “academismo”,
uma espécie de paixão irresistível por analisar com “olhos de ver” os fenómenos
que ocorrem nas sociedades. Este tipo de analistas, são tão somente académicos,
comprometidos com a academia e que não se vergam na sua autoridade. A opinião deste
tipo de analista funciona quase que como lei. São verticais, frontais, sinceros
e íntegros. Por outras palavras, são espécie de autoridades no seu ofício e
quando abrem a boca, quase todos escutam.
Perante estes
dois cenários é fácil concluir que a procissão que assistimos na média, não é
para alcançar autoridade académica. A minha fonte disse baixinho: são tão unânimes
que não compreendo o que comentam nem o que analisam. Mas grave ainda, não
compreendo as razoes porque são convidados as dezenas quando o objectivo deste tipo de painéis é
efectivamente lançar uma polemica saudável, explorar a diferença de opinião e
alimentar o publico com pontos de vistas discordantes para que cada um no seio
são juízo tirar conclusões.
A unanimidade é
tão vistosa que a maior parte dos comentaristas e analistas não disseram nem 1%
do que andam a ensinar-nos nas universidades.
Agora a minha
questão é: será que os profs (salvo raras excepções) estão a procura do “seu
lugar ao sol” em detrimento dos postos que ocupam na academia?
Quem já se
cansou com a procissão dos analistas e comentaristas, na média angolana, tem
uma rica e bem conseguida alternativa. Um grupo de senhoras onde pontificam as
dras. Laurinda e Simeão, uma jornalista da ANGOP e a veterana Fançony, dão-nos
a ouvir as quartas-feiras em ELAS E O MUNDO na LAC, uma análise à partida com antagonismo
entre as integrantes do painel, diferença de opinião e o que mais valorizo uma
impar frontalidade na abordagem de qualquer que seja o tema.
Comparando esse
painel de excelentes mulheres analistas ao grosso de homens que exerce o mesmo ofício,
recheio que a eliminatória entre ambos os times já esta ganha a favor das
senhoras por BWÉ A ZERO.
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