segunda-feira, 8 de agosto de 2011

MALANJINO É GENTE E NÃO GENTIO


É tão lindo andar por uma estrada que por si mesmo nos informa onde estamos,, quantos quilômetros já percorremos e quantos faltam. Ou que nos avisa da aproximação as pontes, as curvas, as travessias de pessoas, gado, etc.
Na terra dos outros que devem nos servir de modelo, alguns não dão as distancias entre um ponto e outro, mas o tempo que levamos a percorrer. Estas estradas estão tão bem estruturadas e mantidas funcionais que a velocidade é quase constante. Mais minuto, menos minuto o tempo que levamos muda pouco.
Recentemente fui a Malanje e vi sinais a pontualizar o nome da localidade, a distancia para a próxima e bastantes sinais de transito. É digno de louvor o trabalho. Agora o que não deveríamos admitir e punir severamente é o estrago inoportuno e gratuito protagonizado por alguns.
Disseram-me que é pratica na zona por essa altura do ano botarem fogo a vegetação para diminui-la e por via disso caçar mbuijis, ratos e toda a outra sorte de animais abundantes na flora. O que estes compatriotas não sabem e deveriam ser forçados a saber é com com as queimadas acabam por danificar as placas de sinalização, diminuir a visibilidade, lançar dióxido de carbono na atmosfera e toda sorte de males que ao fim de tudo são os males que nos afligem.
Por favor malangino é gente e não gentio. Parém.

domingo, 7 de agosto de 2011

A NOSSA DITA AUTO-ESTRADA


Experimentei recentemente fazer uma reportagem sobre a nossa dita “AUTO-ESTRADA”. No terreno, prestei atenção em menos de 10 segundos passaram por mim nada mais e nada menos que 10 veículos e facilmente se podia concluíram que estávamos efectivamente em uma estrada de trafego veloz.
Na procura de compreender o que era isso aí de “AUTO-ESTRADA”, fui obrigado a buscar por definições. Dentre as varias encontrei esta que diz que AUTO-ESTRADA é uma via publica destinada a transito rápido de tráfego motorizado com os acessos condicionados, sem cruzamentos de nível e com as faixas de rodagem separadas entre si; dotada de pelo menos duas vias em cada sentido, separadas por elementos físicos. Não possui cruzamentos - e sim rampas de acesso - e serve primariamente, para atender ao tráfego entre áreas urbanas ou dentro de grandes cidades.
Na minha pesquisa acabei por ser advertido para não confundir auto-estradas com vias expressas, ou vias rápidas nem com sistemas rodoviários nacionais.
Conceitos à parte a nossa é AUTO-ESTRADA, VIA RAPIDA ou VIA EXPRESSA, começou a ser erguida em fevereiro de 2006 e hoje liga Benfica-Viana-Cacuaco e é a primeira de Angola, com mais de 50 quilômetros de percurso.
Ela é composta de duas faixas de rodagem em cada sentido e um separador central de 20 metros. Previa-se que se podiam acrescentar mais uma faixa para cada sentido. Consta dos detalhes técnicos do projecto a construção de 30 valas de drenagens, bem como, oito vias de retorno para a ligação a algumas localidades ao longo da mesma. Ela facilita a ligação entre outros projectos como o Camama, novo Centro Universitário, nova centralidade do Kilamba Kiaxi, Zango, dentro outros pontos de Luanda assim como com o novo aeroporto projectado para a região de Calumbo e um melhor acesso do Porto de Luanda para o Porto Seco de Viana. Tem também como objectivo facilitar as deslocações entre Luanda e as províncias de Angola, com realce para Bengo, Uíge, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Benguela, Huíla, Huambo e Bié.
Na verdade a infra-estruturais rodoviárias é um grande investimento do governo de Angola.
O paradoxo, é que normalmente, as auto-estradas possuem portagem, sendo concessionadas a uma empresa que as explora comercialmente. Com o lucro ou rentabilização da infra-estrutura se pode adquirir fundos para a sua manutenção e conservação.
Ao que se sabe, a nossa auto-estrada ainda não tem uma entidade para administrá-la nem se denota meios e dispositivos que indiciam que no futuro a sua utilização será rentabilizada. Em conseqüência já é grande o grau de destruição. Podemos observar in loco este cenário.
A foto junta a essa matéria diz tudo.
Muitas infra-estruturas similares existentes no mundo a sua preservação é monitorada por dispositivos preventivos, quer sejam patrulhas da policia quer visionamento com recurso a câmaras. Com esses mecanismos era possível detectar qualquer autor de um dano voluntario ou involuntário ao longo de toda a sua estrutura bem como providenciar socorro imediato em caso de sinistro. O controlo nos acessos, para pagamento de portagens e a persuasiva mensagem de que a estrada esta vigiada é um mecanismo sofisticado capaz de induzir os utentes a ser mais prudentes.
O sentimento de “estado providencia” que se instalou na cultura e mente de muitos angolanos deve ser veementemente combatido. Muitos utilizadores ainda consideram que a responsabilidade pela preservação é do governo.
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O projecto prevê a implantação de passagens de níveis para peões, entretanto, em toda a sua extensão ainda não existe nenhuma destas passagens.
Mais um paradoxo é que ter zonas sinalizadas como sendo “passagens para peões” ao largo da plataforma. Em teoria o peão que atravessa “nessas zonas sinalizadas” a seguir esbarra com o separador central que não prevê em toda a sua extensão um único ponto de travessia. A travessia é feita a correr tal é a velocidade dos veículos.
Neste tipo de estrada o transito é feito de maneira rápida. Na pior das hipóteses os veículos circulam a 80 km/H. Em teoria veículos que não alcança essa desempenho não deveriam se fazer a ela. Entretanto na nossa realidade é o contrario. Motorizadas, tratores e até bicicleta rolam a vontade provocando constrangimentos vários aos restantes utentes.
Ordem precisa-se, porque senão é mais um foco de tensão que acaba de ser construído.