quarta-feira, 20 de junho de 2012

A IMPORTANCIA DAS TICs NO JORNALISMO

Este pequeno trabalho escolar tem como objecto fazer uma incursão acadêmica sobre A IMPORTANCIA DAS TICs NA SOCIEDADE ACTUAL em resposta a um exercício da cadeira de Técnica e Tecnologia II no curso de Ciências da Comunicação da universidade Independente de Angola, UnIA a pedido do professor da cadeira. Sendo o tema bastante abrangente, e porque também é sugestão do docente, vamos fazer uma inflexão para a perspectiva “AS TICs e o JORNALISMO” buscando compreender segundo nossa óptica o que essa “revolução tecnológica” trouxe de novo a uma velha profissão.

Qualquer tentativa de compreender as TICs resultará gorada se o autor de tal não buscar antes de tudo compreender os conceitos fundamentais por detrás desta sonante abreviatura. Seguindo a praxe, vamos antes de tudo conceptualizar as palavras chaves do nosso tema.

A história começa há pouco mais de 50 anos com o surgimento do primeiro transístor, ou como é conhecido, o "chip", objecto esse que a data da sua nascença não indiciava que iria revolucionar o nosso mundo. Porém, o minúsculo objecto evoluiu, contribuindo para o desenvolvimento da tecnologia tendo a dada altura da sua evolução, feito nascer à palavra TIC (tecnologias da informação e comunicação) que esconde por detrás da abreviatura conceitos como: Informática – tratamento automático de informação em computadores; e Tecnologias de Informação – processo de tratamento central e comunicação da informação, através do hardware e software; significando na sua essência nada mais senão a transmissão de informação através de redes de computadores e meios de comunicação no intuito primário de promover a cultura e a formação essencial ao desenvolvimento da sociedade.

Hoje as TICs são utilizadas pelos organismos da administração pública, empresas, famílias e indivíduos, enfim, e exercem mutações no modo de vida das sociedades posicionando-se como pedra basilar na vida colectiva e individual actual. Com o seu BOOM as TICs contribuem para simplificar processos, proporcionar a redução de custos, para agilização do relacionamento com os cidadãos e empresas e vice-versa, para a transparência e desburocratização, para a melhoria do bem-estar, para a qualidade de vida do cidadão, para o avanço da ciência, etc., etc.

Perante tal grau de penetração das TICs em nosso quotidiano arriscamos afirmar que nenhum sector activo da vida terá ficado indiferente a tal fenômeno, sendo o sector do trabalho sem duvidas um dos que as novas tecnologias influenciam de maneira mais significante uma vez que todo o espectro do exercício Professional e laboral foi apreendido pelos variados sistemas e soluções tecnológicas: as empresas utilizam as novas tecnologias precisas quer para quem trabalha como para quem quer trabalhar, ajudam a humanizar a sociedade, reforçando o reconhecimento do valor do indivíduo. Portanto o JORNALISMO como oficio e profissão como é obvio também foi afectado. Como foi afectado? Que resultados foram alcançados e que rumos se perspectivam para essa secular profissão de hoje em diante é o cerne da abordagem em que nos vamos concentrar a seguir.



AS TIC’s E O JORNALISMO NA SOCIEDADE ACTUAL

Esta profissão secular que acompanha o homem desde muito tempo em consequência da sua necessidade natural de conhecer o que acontece em seu meio e arredores passou por várias mudanças, adaptações e evoluções, por conta dos avanços tecnológicos. Além do tradicional jornal impresso, da TV e do rádio, atualmente, tem-se a opção de acesso a notícias através da internet que leva os especialistas a considerarem a auto-estrada da comunicação como a nova lufada de oxigênio para o sector da mídia. Todavia, dizem os experts que a procissão apenas vai no começo. Visionários perspectivam um mundo em que o EXPRESSO EM PAPEL/RADIODIFUNDIDO/TELEVISSIONADO se vai diluir a tal ponto que a fronteira entre ambas plataformas será irreconhecível.

Se ontem os jornais impressos impunham a sua pujança, a seguir reforçada com a chegada da sua congênere radiodifusão e a posterior a televisão, hoje como que de um toque de mágica nasce a “plataforma congregadora” onde cabem os três domínios anteriores e como se tal não bastante ela ainda permite uma complementaridade entre ambas. Ir para além do jornal impresso, da radio ou da televisão no mesmo veiculo, era até a pouca um exercício quase impossível e se possível bastante oneroso, porque impunha investimento em mais de uma plataforma de comunicação, mas hoje com as TICs, jornais, rádios e televisões podem actuar em simultâneo no mesmo conteúdo em uma perfeita “troca de favores” e uma incessante procura da satisfação das necessidades da audiência a qual se procura servir através dos meios mais confortáveis ao alcance dos investidores tendo sempre em atenção aspectos como os hábitos, praticas e costumes de consumo das audiências.

Segundo a jornalista e doutora em Ciências da Comunicação, Claudia Irene Quadros, em seu artigo ”Uma breve visão histórica do jornalismo on-line” a simbiose começou na década 90, e o BOOM deu-se nos anos 1995 a 1996 sendo pioneiros na empreitada famosos títulos ocidentais.

Para citar apenas alguns exemplos, atemo-nos a dois dos pioneiros do jornalismo eletrônico que ofereciam mais do que uma versão impressa. Tratam-se dos diários: The Times (1994) e o The San Jose Mercury Center (1995) nos EUA. Eles destacaram-se por começarem a explorar as inúmeras vantagens que a internet oferecia na altura. Ficou para a posteridade e consta dos anais da historia o nome do jovem jornalista Mark Hull, com apenas 21 anos, foi responsável por uma reportagem distribuída na internet sobre como o lucro das vendas da cocaína a certos bandos de Los Angeles iam parar em um fundo da CIA, agência norte-americana de inteligência. A documentação incluía um pequeno acervo de decisões da Corte (instituição de justiça), cartas entre senadores e o fiscal geral, fotos que comprovavam tal facto e conversas gravadas com os traficantes de droga. Tudo isso fazendo parte do material de uma reportagem.

O The San Jose Mercury Center destacou-se também por ter em suas estruturas, profissionais empenhados em construir uma linguagem do jornalismo na internet. Essa construção de uma nova linguagem deu oportunidades de trabalho aos recém-ingressados no mercado jornalístico que como se sabe por falta de credito tem dificuldades a impor.

Além da linguagem, outros aspectos da internet poderiam (e podem) ser explorados, como a interactividade. Claudia Quadros destaca que “Juan Gonzalo, um dos redactores do diário El Mundo, (Espanha) afirmava que o diário digital deveria ser interativo, superando assim as limitações dos jornais impressos”. Estava a começar a revolução cibernética na media e mais uma vez no estado vanguarda e referencia obrigatória no sector, onde alias já tinha acontecido o exemplo mais sublime de jornalismo investigativo com as revelações do “garganta Fundo” no Washington Post no celebre caso Watergate ou ainda o não menos conhecido caso do poder da descrição em radio com a “guerra das estrelas” o episodio de ficção que por alguns instantes pareceu realidade lançando o caos.



REVOLUÇÃO TECNOLOGICA COM O HOMEM NO CENTRO DE TUDO

Perante a realidade dos factos que nos são trazidos a analise fácil será concluir que o homem aos poucos esta ficando excluído desse processo. Parece que a tecnologia se vai substituindo ao homem. Porém, para Oldemiro Moreira
[ii] é exactamente o contrario. Quando mais avança, a revolução tecnológica, mais oportunidades e ocasiões proporciona ao homem independentemente da sua profissão. A grande questão é: qual vai ser o perfil desse novo individuo nessa sociedade de conhecimento, onde todo dia é bombardeado com milhões de informações e onde as novas TIC tornam-se denominador comum de todas as suas práticas, quer a nível individual, profissional, organizacional e social. Oldemiro Moreira em um texto de opinião publicado no blog www.liberal.com indica um caminho ao qual chama de “brecha cultural” onde as pessoas vão ter que adaptar-se a essa novo paradigma, cuja essência é as pessoas aprenderem, a saber ser, saber estar e saber fazer em esse novo espaço em Rede, visto que nessa sociedade de conhecimento há cada vez mais a necessidade de colaborar e dividir informação (conhecimento é democrático), porque a máxima fundamental é aprender a aprender de um modo colaborativo, utilizando as ferramentas das novas tecnologias de informação, principalmente as Mass Media.

De uma analise mais a fria se pode denotar que as TICs ajudaram de que maneira o exercício jornalístico. Facilitaram o acesso as informações, o contacto com fontes e a pesquisa no lado da apuração; ao mesmo tempo também ampliou o alcance e a possibilidade de distribuição da informação jornalística. Acto contínuo simplificou os pesados e redundantes dispositivos e ferramentas usuais para o exercício da profissão. Alguns profissionais da década 80, princípios de 90, terão lembranças frescas dos mais de 20 quilos de uma nagra ou camara de televisão que transportavam ao ombro e que agora cabem em um dispositivo que se chegar à meia dezena de quilos é já um exagero. Também é possível sentado no sofá em casa ou no banco de um jardim ou a beira mar enviar a “peça” no dia do fecho no jornal, a minutos da emissão do telejornal ou no inicio do programa ou jornal de radio. Portanto o deadline ou dia de fecho mudou de figurino que actualmente não tem semelhanças com o que se viveu a 10 ou 20 anos atrás neste estressante dia. Tudo isso sem duvidas é por graça e obra das TICs.

Nos dias actuais ganha corpo um novo conceito de fazer jornalismo, trata-se do “jornalismo do cidadão” potenciado com inúmeras ferramentas digitais e conectáveis a rede mundial de informação. Exemplos mais recentes desta nova forma de actuar foram verificados no mundo árabe com as revoluções na Tunísia, Egipto e Líbia quando os telemoveis substituíram as convencionais camaras e microfones dos jornalistas profissionais e um pouco cada um a sua maneira fez algum esforço de mostrar ao mundo a realidade. Actualmente está vivo o exemplo da Síria onde a violência vivida, nos é mostrada por cidadãos corajosos (aventureiros?) que na ausência de media convencional, circulam a velocidade de cruzeiro as realidades vividas em diferentes pontos do país. Portanto já alguém dizia que o “jornalismo convencional” esta prestes a tirar longas férias como aconteceu com os alfaiates, os sapateiros, os funileiros, etc. Um renomado jornalista da praça angolana, Reginaldo Silva, escreveu no seu blog (
www.morrodamaianga.blogspot.com) “com o jornalismo do wikiLeaks a vertente JORNALISMO INVESTIGATIVO esta dispensada por longo tempo”. Portanto, quase todos podemos nos tornar produtores e distribuidores de informação com recurso a internet. A abundância de agências de notícias, sites "informativos" e facilidades de acesso às fontes vêm afectando a alma do jornalismo tradicional e faz relançar o debate em torno da questão se agora todos podemos ser ‘jornalistas’.

Sem ter uma resposta exacta para a questão, apenas de uma coisa tenho certeza. É que tal como afirma Oldemiro Moreira, “o que fará a diferença entre o cidadão comum que mantém seu website pessoal e a informação produzida por um jornalista profissional é a qualidade, credibilidade, confiança e reputação”. Para ele, a credibilidade é hoje, o motor propulsor das informações jornalísticas. Com excesso de fontes, sobreviverão apenas aqueles com alto grau de credibilidade entre o publico e a credibilidade conquista-se com bastante sacrificio.

As novas tecnologias funcionam como faca de dois gumes. Ampliaram a capacidade de pesquisa e produção informativa, mas também banalizaram a actividade de reportagem e pesquisa, porque com a internet, e os variadíssimos dispositivos amovíveis, a prática de retirar informações para fazer uma "matéria", sem sair da redacção, o baixar da guarda quanto ao apurar dos factos, é cada vez mais comum e mais grave ainda é a pratica do copy-past ou do plagio.

Portanto em meu entender o futuro desta nobre missão, instituída em quarto poder, passará sem duvidas pelo domínio das ferramentas tecnológicas em sincronia com a capacidade de elaboração de um pensamento crítico de consistência, e acima de tudo o exercício humanizado da profissão onde lições como ver através da audição, faro apurado, intuição, paciência e honestidade farão a diferença entre o jornalista profissional de corpo e alma e as pessoas comuns que estarão distribuindo informação, fazendo do brincar a jornalista como um loobie ou uma necessidade momentânea. Portanto, continuarão as semelhanças entre jornalista e policia – ambos investigam, porém, um guarda a sete chaves as suas descobertas para ajudar a esclarecer um crime e o outro corre logo para publicar, todavia só continuará a ostentar o titulo ou a carteira aquele que publicar verdades verificadas e confirmadas e que sejam de interesse publico pois “errar é inerente ao homem, mas ao jornalista, ainda que a era das tecnologias parece banalizar isso, é proibido errar”.


CONCLUSÃO
Com este trabalho, podemos aprender e constatar que as TIC estão muito presentes na nossa vida e que Até aquilo que aparentemente é insignificante, pode revolucionar o Mundo. Vivemos numa era dos grandiosos sonhos onde aos poucos so restam coisas difíceis pois o impossível parece sempre superado, por isso o convite final a uma reflexão sobre como a tecnologia nos afecta, mesmo que por vezes não a consigamos ver. Ela está sempre presente da mais simples à mais complexa, pelo que no jornalismo seja onde for em breve sobreviverá não apenas o dono de uma “pena leve” capaz de ornamentar um texto com palavras lindas, mas aquele que de forma clara e simples informa, não o boêmio que corre desarranjado por todos os sítios a procura de um “furo” mas o homem habilitado e dotado de conhecimento e dominio das ferramentas, portanto o homem fiel e integrado nas Tecnologias de Informação e Comunicação.

[i] Citada por Airtiane Rufino e Narjara Rocha em HIPERTEXTO E HIPERMIDIA: O JORNALISMO FRENTE A UMA NOVA FORMA DE COMUNICAÇÃO

[ii] Oldemiro Moreira, Doutorando em Novas Tecnologias de Informação e Comunicação e suas Aplicações pela Universidade de Las Palmas de Gran Canárias (ULPGC) (Espanha)

AS ELEIÇÕES DE AGOSTO E OS BLOGS

No inicio deste ano declarava  aqui no meu cantinho 2012 como sendo o ANO DO BLOG. Um dos meus seguidores questionou o que eu queria dizer com isso. É simples, eu queria dedicar-me a explorar mais este recurso atendendo que por razões contratuais não estou a fazer aquilo que mais gosto: exercer jornalismo.
Queria eu usar o blog para “brincar” de jornalista para não perder o habito e a pratica. Mas por outro lado, presumia que 2012 seria o ano das esperadas eleições a luz da constituição de Angola. Esperava e acertei: ei-las marcadas para agosto. E tal como presumia, os partidos políticos vão concerteza usar e ‘abusar’ deste recurso, fácil, gratuito e que pouco a pouco vai se enraizando na nossa sociedade.
Noto que a Casa CE tem um bom arranque do uso do blog e que o MPLA vai (ou esta) igualmente lançado nesse seguimento de comunicação. Portanto, nessa batalha de agosto acredito que muitos pretendentes ao trono vão usar abusar e servir-se dos blogs para as suas campanhas.
Do ponto de vista de diversificação de canais seria bom pelo que estou torcendo por tal da mesma maneira que espero expectante por ver e ouvir o que nos vão “oferecer” por essa via. Portanto mais uma vez VIVA O BLOG...