sábado, 23 de agosto de 2014

NA ACADEMIA ALUNO NÃO PENSA E PONTO FINAL?



Hoje revisitei o meu blogue. Vagueei nele a ver publicação em publicação as minhas baboseira. Vi, quantas fotos já publicámos, quantos pequenos e médios artigos, quantos postos de entretenimento, quantas retomadas e tentei perceber quanta bibliografia tinha acessado para sustentar alguns argumentos de razão que apresentei. Também fui visitar os comentários, o número de visitas que já recebi e toda a panóplia estatística que o serviço oferece.
Andei, num passeio que confesso subiu o mais alto e desceu o mais fundo e foi o mais longe no meu cantinho MAMBWENE. Confesso a vós irmãos que apesar de não ser obra por ai além, sinto-me satisfeito e recompensado.
Compensado, porque a abertura deste cantinho visou um objectivo fundamental. Desenferrujar a minha cachimónia como forma de me preparar para o alcance de uma meta: fazer a monografia para a obtenção de licenciatura numa faculdade de Ciências Sociais e Humanas de uma tal universidade.
E como desenferrujou e me ajudou a espevitar a minha curiosidade! Fiz esforço de identificar as fontes das citações que usei, os artigos que não são de minha autoria que retomei estão identificados e em alguns textos já tinha começado a prática de colocar a bibliografia em rodapé no final de cada artigo.
Falei um pouco de tudo. Desde os temas sociais a política. Das constatações as revelações. Um pouco de tudo. Ao fazer isso, estava tão-somente a treinar para a grande meta: o meu trabalho de fim de curso. Desde logo aprendi que devemos ser honestos nas referências bibliográficas, mas nunca ninguém me disse ou nunca li em literatura nenhuma que fosse proibido parafrasear ou construir nossas próprias ideias abstraídas do senso comum ou do entendimento que temos das coisas, dos fenómenos e da realidade vivida. Alias, "eu penso e logo existo" e por isso com direito a opinião própria.
Como disse um dos críticos “os estudantes tem de citar as fontes, não é possível ideias bem formuladas em parágrafos onde não aparece de onde tiraram isso. Este comportamento configura plágio”.
Pois é, bem me parecia que ser aluno é não ter opinião, não saber escrever uns tantos parágrafos ou encadear uma serie deles sem fazer recurso a escritos de outrem!
Lixa-se, só me faltava mesmo essa.
Já não será de estranhar se me perguntar quem é o autor das fotos com algum valor artístico ou jornalístico que tenho neste blogue…
De onde chapei os artigos, que não obstante os erros fazem algum senso e se aproximam de algo com alguma lógica.
Ou ainda quem é o autor do blogue do qual me intitulo ser autor.
E Blá, blá, blá…
Que se lixe a vossa praxe. Aqui ao menos eu sou eu mesmo.

sábado, 2 de agosto de 2014

QUSSANGA VAI PINTAR O MBUITI



Por algumas semanas publicitei no facebook o “novel ponto de encontro dos últimos tempos” que iria dar uma volta a minha amada terra, o Bolongongo. Propósito fundamental visitar familiares, amigos e conterrâneos e “matar a premente saudade”.

E de facto no dia 25, com um pequeno grupo de naturais e amigos, fui a terra. A chegada, A primeira contrariedade foi ver que a estrada esta cada vez pior, o que me levou a dar uma volta enorme, passando pelo Mau (Ambaca) única alternativa para evitar o sofrível troço Samba-Caju Quiculungo.

Chegados a terra, rapidamente esqueci o sofrimento da estrada e uma mistura de alegria e nostalgia evadiu o meu sentimento: rever a minha primeira igreja, a minha primeira sala de aulas, a primeira casa, etc. etc.

Lembrei-me da mãe , do pai, das minhas irmãs (todos já partiram para junto do pai) e para não chorar sempre escolhe por abafar as lágrimas trazendo ao de cima as boas lembranças.

choveu Malavu, muito funji, ginguba e outros quitutes!!!

Mas a grata surpresa foi encontrar por lá, e mais uma vez por amor a terra, um pintor consagrado, uma artista distinto cuja obra Angola e o mundo conhecem. Encontrei no Mbolongongo, Gabriel Quissanga, um artista plástico autor de quadros que hoje em dia fazem parte de colecções de homens e instituições distintas.

Quissanga, disse-me que, tinha tomado a decisão de deixar a azafama de Luanda um pouco distante e retornar a terra, para quem sabe, se olhando para o Mbuiti, revisitando o cenário onde começou os primeiros rabiscos que depois vieram a se converter em refinada arte surrealista, possa se inspirar e produzir uma nova serie de obras plásticas melhor que todas que já produziu.

Que bem-haja!

Gabriel Quissanga, participou de dezenas de exposições colectivas e individuais, representou as artes plásticas angolanas em variados momentos no estrangeiro e tem quadros na colecção de Mário Soares, BNA, ENSA, dezenas de políticos e figuras públicas angolanas, só para citar alguns da extensa lista da qual já perdeu a conta.

Nasceu em 1964, na aldeia de Cahombo. É membro da União Nacional de Artistas Plásticos, UNAP, e do Clube das Artes e Ofícios.
Autodidacta de formação, desenvolveu, desde 1994, a prática da pintura, decoração e cenografia.
Participa em várias exposições individuais e colectivas em Angola e no estrangeiro, estando representado em várias colecções particulares e oficiais, tanto nacionais como estrangeiras. 
Parabéns Mano. Que venham muitas obras e se inspiradas pelo Mbuiti, Muanza e todos os outros motivos da nossa amada terra melhor um pouco.

Ei-lo aqui na sua terra e fazer o que de melhor sabe: PINTAR!!!