terça-feira, 20 de novembro de 2012

EM CABINDA


Muito recentemente estive em Cabinda. Foi a minha terceira visita ao enclave. Desta vez foi um pouco mais prolongada e mais a vontade que das outras duas. Apesar do meu camarada Simba não ter gostado da minha opinião, verdade é que tive boa impressão da terra e suas gentes.
Já existem engarrafamento é verdade, mas nada que se possa comparar a Luanda. Ainda se pode deixar seguramente um carro estacionado a porta de casa e dormir tranquilamente ao contrario da nossa atribulada Luanda e por fim ainda é uma terra com alguma salubridade ao contrario da nossa insana Luanda.
Quer dizer se pudesse, não me importava de mudar-me para lá, a não ser que não vi o que muitos criticos tem estado a ver.

UM AZUL SEM IGUAL

Existem daqueles dias em que as coisas parecem muito especiais. As cores são nitidas  e indiscritiveis, a vida nos corre a mil maravilhas e vivemos em grande até que passe e fica apenas a lembrança. Eu vivi um desses rarissimos dias. Foi um dia em que vi um azul que nunca tinha visto e lembrei do velho Wezzo que sempre profetizou que o mundo tinha começado no seu querido Caboco para mostrar a estima e afeição que tem pela sua terra. Pego-me ao velho Wezzo para dizer que azul igual nunca tinha visto, talvez só contemplando o ceu lá onde ele garbosamente diz que as coisas vêm-se acrescidamente maravilhosas, lá em Caboco.
Foi um dia em que bem acompanhado do meu velho camarada Mbaxi, passamos a grande um fim de semana e ainda fui a tempo de PEGAR esse azul indescritivel e um inicio de voo de uma ave. E porque o dia estava a ser bom demais, foi então que a Nzinga (minha cadelinha labrador) decidiu estraga-nos a festa saltando do carro. Desapareceu por um dia, mas felizmente foi achada sã e esta de volta ao nosso convivio.
Coisas da vida ... Portanto, sempre que puderem DEIXEM A VIDA VOS LEVAR.

ANGOLA: um país especial com projectos especialissimos

Sinto-me orgulhoso, principalmente quando estou fora da terra, ouvir um conterra dizer SOMOS ESPECIAIS. Gosto, nos trumunos desportivos quando essa maxima vem ao de cima e  me sobe um fiozinho de vaidade. Somos sim especiais, porque Angola e com angolanos da nossa gema somente e só nós.
Porém, algumas vezes sou surpreendido com ideias especialissimas que me deixam pasmado. Ideias do tipo coisas de outro mundo como por exemplo o que se esta a passar com a rotunda do Camama.
Entao depois da estiagem do ano passado e do retardar das chuvas esse ano, não fomos capazes de pensar na reabilitação daquele ponto critico e agora que as chuvas começaram em cheio o empreteiro intensificou as obras?
Isso pode?
Claro que pode, num país especial, com projectos especialissimos que se chama Angola.
Enfim... 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O BEM E O MAL DA CHUVA

O territorio da provincia de Luanda não tem tido chuvas regulares pelo menos nas duas ultimas epocas de chuva. Os camponeses e agriocultores tem experimentado uns maus bocados por tamanha penalização. Minha estimada sogra, velha que arrancamos quase que à força da sua terra natal para estar próximo da filha por razões de saúde, é uma das camponeses que rezava todos os dias pela chegada da chuva.
É que para manter o seu espirito de camponesa avivado, arranjamos-lhe uma pequena parcela de terra nos arredores de Luanda, onde se tinha empenhado com afinco e para nossa admiração em menos de um ano tinhamos deixado de comprar quizaka, mandioca, e toda ordem de ifatas que são predilectas na nossa cozinha. Para seu desespero, 2011 começou a secar tudo por falta de chuvas.
Este ano, sentada na sala e a ver televisão, num certo dia esclamou: mais quale chuva se minha mandioca tá secar toda no Bita? Ela acabava de ver a previsão do tempo no telefornal que anunciava chuva para Luanda.
Portanto, quando alguns, estão a maldizer S. Pedro pelo pequeno chuvisco, ela agradece, porque sua mandioqueira vai ressuscitar e voltaremos a ter quizaka em abundância nos nossos prolongados almoços de fim de semana.
É a vida, a felicidade de uns é a desgraça de outros.