terça-feira, 11 de outubro de 2011

PASSEAR DE IMPROVISO SABE MELHOR

Foi uma grata surpresa de improviso ter me deslocado a fazendo do kota FP nos arredores do municipio do Lucala em um desses fins de semana que partimos para o defeso sem um programa prévio.
Nosso Kota FP é um camarada por quem nutrimos muita simpatia e sabemos de a muito que o kota é um aficcionado do campo e do cultivo, mas a surpresa foi ver a dimensão do campo agrario e a envergadura do trabalho feito plo kota.
Como disse, "é altura de preparar um lugar para a velhice" e o campo é concerteza uma boa escolha para quem quer ter os ultimos dias em chão seguro. Portanto kota os meus parabens do fundo do coração. Gostei de ver a plantação (alias, aproveitei alguma semente para a minha experiencia no Bita Tanque), o gado e os aposentos. Gostei tambem de ver o radiante sorriso da velha que encontrou "sossego" neste recanto do Lucala.
A ocasião surpresa proporcionou um dos melhores convivios com o meu puto Clinton com quem tenho estado desencontrado nos ultimos tempos. Comemos um bom funge com feijão fresco e sorrimos bastante com uma viagem pelo passado mais longiquo e o mais recente.
No final a conclusão foi que tinha valido a pena. depois de muitos encontros planeados nunca tinhamos tido a ocasião de a quatro (FP, Wezzo eu e Clinton) pormos a conversa em dia como foi nessa ocasião. Para melhor ainda depois seguiu-se uma abundante colheita de hortaliça que continua a fazer morada no meu frigorifico em casa.
Portanto Clinton: de surpresa foi melhor, mas precisamos nos encontrar mais vezes e organizar ocasiões iguais pois so assim poderiamos manter e fortalecer aquilo que nos une.
Obrigado a todos e um até breve.






segunda-feira, 10 de outubro de 2011

EM 1992, ESTAVAMOS A COMEÇAR

Em 2008 quando uma formadora que tinha vindo a proposito para nos formar em cobertura eleitoral pela BBC WST Angola, não acreditou que eu tinha coberto as eleições de 1992 pela RNA, emissora provincial do Kuanza Norte, fiquei surpreso e chocado. Ela simplesmente disse que era impossivel.

Segundo ela, eu era muito "garoto" para ter tido este previlegio de cobrir um facto tão historico como foram as primeiras eleições democraticas d` Angola multipartidaria. Disse tambem que no seu país, eleições eram coisa de muita responsabilidade e portanto pela minha idade era suposto que estava a começar no jornalismo e chefe de redacção nenhum arriscaria mandar um novato a tamanha missão.

Não sei porque carga de agua é que se associa responsabilidade profissional a idade. Posso até aceitar que seja uma mais valia, mas daí pensar que jovens não são capazes de feito é uma utopia.

Buscando velhas lembranças que ainda retenho fiz o esforço de rememorar o nosso plano de cobertura eleitoral em 1992.

Dizia o director, Agostinho Mateus Augusto, que precisavamos fazer uma cobertura eleitoral exemplar a nivel da provincia. O nosso plano estava a ser institucionalmente apoiado pelo assessor de imprensa do governador provincial, o veterano Simão Kilama e a estrategia visava antecipar-se a contagem do Conselho Nacional Eleitoral.

Para facilitar a vida aos escribas foi desenhado um rascunho parecido a acta das meses eleitorais onde estavam enumerados todos os participantes concorrentes ao processo e a missão dos jornalistas consistia em cultivar boas relações com os presidentes de mesa e mais um integrante da mesma de preferencia dos partidos da oposição para obter os totais de votos validos alcançados por cada partido e ou candidato presidencial.

Para facilitar a desenvoltura profissional, a nossa estrategia de redacção tinha ditado que os reporteres deveria ir cobrir circusncrições de cujas linguas maternas dominava. Foi assim que eu e o Evaristo Panzo fomos destacados para Bolongongo e Quiculungo, respectivamente, porque falavamos perfeitamente dihungu, o Faustino Muimbo para o Ambaca, o Lucas Ricardo para o Samba Caju, porque podiam virar-se em kimbundu e por aí em diante.

Nesta optica, as coisas funcionaram e nós, que na altura até usavamos um radio UHF ou VHF do proprio governo da provincia tivemos liberdade suficiente para acompanhar a evolução da contagem mesa a mesa e a RNA em Luanda podia dar resultados fiaveis muito antes da propria CNE os dar.

A dada altura, este apuramento paralelo foi suspenso e a RNA deixou de dar os resultados parcelares e ficou muda, silenciosa. De uma missão inicialmente prevista para durar até a divulgação dos resultados finais pois, a ultima reportagem programada era reacções em torno dos resultados, recebemos ordens de regresso imediato a Ndalatando.

Sem muita informação, não sabiamos porque da mudança de planos. Saidos do Bolongongo, recolhemos o Evaristo Panzo em Quiculungo, já não encontramos o reporter escalado para o Samba Caju e nem o do Lucala. Chegados a Ndalatando, recebemos ordem para descansar e esperar novas ordens. Depois disso foi uma eternidade de espera até que tudo descampou em guerra.

Para atras e adiados ficaram sonhos, ambições, planos, etc.

Pessoalmente, tinha acumulado qualquer coisa como um milhão e meio de kuanzas na minha conta bancaria, tinha sido prometido um subsidio pela cobertura e se junta-se a isso o salario de setembro e outubro tinha uma massa choruda pelo que a minha ambição era comprar um lada.

O lada, automovel de fabrico sovietico, era o carro de momento e diziam os mais velhos que custava qualquer coisa como 700 mil novos kuanzas, portanto com as minhas poupanças e os valores por arrecadar até poderia comprar dois.

Foi então que depositamos esperança no fim do litigio eleitoral para que pudesses retomar a nossa sonhada "boa-vida", gastar os milhares de novos kuanzas que tinhamos guardado e prosseguir a vida em democracia esperar por 1996 para saber a quantas e como tinham se comportado os nossos governantes.

Para nós jovens, o tira teima seria nas eleições seguintes: poderiamos avaliar o desempenho do governo no poder e avaliar as alternativas. Sonhavamos tambem casar, constituir familia e viver na nossa Angola por vir.

O sonho ficou a metade.

O que me preocupa agora é que não oiço, não vejo, nem denoto movimentação nenhuma da classe no sentido de perceber como vamos cobrir as eleições prometidas para 2012. Uma redacção que se preze poderia agora mesmo constituir a sua task force e começar a afinar os mecanismos para uma cobertura bem conseguida.

Me preocupa tambem o facto de o pacote legislativo tanto o da comunicação social como o eleitoral terem caído em "banho maria" e atirados na gaveta. Se em consequencia das revisões a tais pacotes as regras vão mudar quanto tempo teremos para as conhecer, as praticar e assegurar que as equipas estão prontas para fazer uma cobertura eleitoral "EXEMPLAR" como se pede todos os dias a comunicação social.

É como dizia um meu professor no curso de comunicação:... ENFIM; VOCES SÃO COMUNICOLOGOS, NÃO PRECISA APROFUNDAR ESTATISTICA. O que nunca percebi é do porque que não pdiamos aprofundar estatistica se a cadeira tinha sido integrada no nosso curso.

Será que neste momento alguem deve estar a dizer algo semelhante: OS JORNALISTAS NÃO PRECISAM APROFUNDAR O CONHECIMENTO A LEGISLAÇÃO, PORQUE SEU TRABALHO É APENAS COBRIR AS ELEIÇÕES?