terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

TAMBEM HÁ EMPREGO SEGURO EM CATETE

Já dizia o meu velho. A cadeia e casa de homens. Segundo ele é a partir de lá que alguns amadurecem e aprendem a ser homens. Eu cá acrescentaria que a melhor escola do amadurecimento é a propria vida. Leva-nos a tal ponto que as vezes so com engenho e criatividade sobrevivemos.
Não é que para muitos Catete é um sitio de lazer, comendo um bom cacusso e colocar a conversa em dia, mas para esse puto é na verdade um posto de trabalho?
Lá o encontramos, entretido e ocupadissimo. Depois de admirarmos a sua "criatividade" trocamos um dedo de conversa onde o cassule nos garantiu que consegue tirar o seu pão e que acredita que venha a se "safar" se as coisas continuarem a andar como estão.
A receita do puto começa na chuva. É que precisa de chuvas de vez enquanto, para que as lagoas do rio Kuanza recebam água e por via disso tenham reprodução de cacusso que chega para saciar o apetitite dos convivas e enquanto isso alguma poeira para sujar a chaparia dos "carrões" dos nguetas que não querendo voltar a Luanda com carro sujo certeza absoluta são tentados a lavar e ainda por cima lavar à pressão.
Aproveita puto, é no aproveitar que está o ganho...

KIAMAFULO VAI ACABAR?

Que se apressem os que ainda nunca desfrutaram da praia do Kiamafulo arredores da cidade do Dondo. Motivos para tal é que não faltam. Primeiro porque é um lugar aprazível e digno de ostentar o nome de praia. Segundo, porque é uma raridade no nosso majestoso rio Kwanza.
Na verdade estive lá este fim de semana, 9 anos depois da ultima vez e devo confessar que gostei de ver o pessoal curtir pra valer a praia, mas também fiquei desolado com o lixo e a exagerada aventura de alguns garotos que concerteza aconselhados pelo álcool e permitidos pelo silencio cobarde do pessoal da protecção civil ou bombeiros (não tenho certeza) deixava aquelas maluquices acontecerem. Para não variar também tinha bastante lixo e adivinhem de que tipo: as latas e garrafas de cerveja e outras tantas tralhas da mesma ordem...
Sei que o sitio, meia volta, leva-nos uns preciosos filhos da terra que sempre se afogam em conseqüência do não acatamento das regras estabelecidas. A parte isso o sitio é perfeito para tirar algum stress e que o digam os cambas que me acompanharam.
Agora, diz-se a boca pequena que a praia vai sumir. Ouvi dizer que depois de encher a albufeira cuja altura esta a ser elevada para a entrada em funcionamento de mais um motor gerador de electricidade, pura e simplesmente KIAMAFULO vai fazer parte do passado, portanto, a ser verdade é agora ou nunca que se deve conhecer tão majestoso e acolhedor sitio de Angola...
Vamos nos despedir do Kiamafulo kambas!!!
E talves é hora do kota Wezzo nos contemplar com uma reportagem no nosso diario e tirar algumas estorietas a limpo. Afinal Kiamafulo vai acabar ou não?

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

REGRAS DE TRANSITO MAIS DURAS ESTE ANO?



Hoje, era capaz de dizer que alguém leu ou ouvi falar do meu ultimo desabafo. Não é que ouvi a minha comadre Emilia Rita da RNA apresentar novidades que me tocaram profundamente. Na reportagem da minha comadre, dentre muitas coisas, ouvi que este ano alguns regulamentos importantes vão ser levados a conselho de ministros e não tarde a propalada inspecção obrigatória dos veículos, a medida obrigatória do nível de álcool no sangue e o seguro obrigatório se vão tornar em obrigações para todos os utentes da via.
Fiquei também, a saber, que toda a legislação reguladora do transito vai ser traduzida para línguas nacionais, introduzida nos conteúdos escolares e que finalmente o uso obrigatório de capacete vai passar de mero anuncio para ordem de cumprimento obrigatório.
Disse para mim mesmo: sim senhora; agora é que vai ser!
Todos os dias me sinto revoltado estar a partilhar a estrada com veículos que não ostentam o tal selo no pára-brisa a indicar que possuem seguro obrigatório. Esta partilha é feita de tal maneira que os carros beijam-se, roçam-se, colidem, acenam-se, enfim, qual orgia sexual colectiva só vista em filmes ousados de meros produtores sonhadores da ficção ousada.
Todavia a minha alegria esbarra-se na habitual cultura de anunciar só por anunciar.
A questão de momento é: QUANDO É QUE A MINHA COMADRE EMILIA RITA VAI PUDER ABRIR O JORNAL DA TARDE COM A NOTICIA DA ENTRADA EM VIGOR DE TÃO NOBRES E OPORTUNAS MEDIDAS.
Não será que foi mais um cenário para inglês ver?

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

MAIS UM CARTÃO VERMELHO PARA O CASSOMA

No passado dia 1 de Novembro, instalei-me no hotel Cassoma na cidade do Kuito e saí de lá decepcionado com a qualidade do serviço prestado e as condições de acomodação, se comparados com os chorudos quase $ 200 que tive de pagar pela diária.
Sem muito por onde recorrer, decidi postar aqui no meu cantinho aquilo que tinha visto. Na verdade estava a escrever para mim mesmo e um grupo restritissimo de amigos, ou seja a minha malta. Para surpresa, eis que um anonimo terá passado pelo que passei ou se calhar pior e decidiu deixar um comentario ao meu desabafo.
Contas feitas, se eu dei VERMELHO DIRECTO ao Cassoma, penso que este novo juiz deve ter optado por uma suspensão temporaria da casa tamanho é o disabor porque na verdade aquele hotel não é digno de estar em serviço.
Retomo e publico o comentario só para mostrar a força e o poder que a denuncia tem. Se cada um de nós mal atendido, mal serviço, seja a que nivel fosse, perdesse algum do seu precioso tempo a partilhar com os outros a sua experiencia, aos poucos estariamos a enterrar tanta incompetencia que faz morada na nossa terra.
Para os donos ou gestores do Cassoma, cujo correio electronico não possuo, esta na hora de encerrar as portas e fazer uns "arranjuszitos" à casa e melhorar o serviço. Fiquei a saber a boca pequena que os salários são baixissimos que os funcionarios finge trabalhar... Será?

"Boa tarde, Completamente de acordo com o comentario atras, hoje 19 de Fevereiro de 2012, entrei aqui nesse Hotel Cassoma, quarto 111, cadeira partida ainda não vi, mas mesa de cabeceira partida, os comandos da TV e AC não estavam no quarto, pedi varias vezes na recepção sem que mos la colocassem. Serviço de Restaurante, nem experimentem, Bar da recepção, as empregadas fazem de sala de estar com os amigos que realmente fazem barulho e bebem muito. So ca fiquei porque tive uma avaria na minha viatura, e tambem não ha escolha."

Como podem ver é mesmo sem comentário e eu que vi e ouvi simplesmente publico porque eu não faço como o velho ditado da minha cultura EH MA MONA EH MBWA, MA FILA KU MBUNDU (o que é testemunhado por um cão fica apenas para o seu coração); porque ao contrario do cão que não consegue falar, eu sinto e logo existo.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

NAS ESTRADAS, ESTAMOS SEMPRE A DESCER


Já ouvi vezes sem conta que o que de mais precioso um país possui são os seus filhos, alias não há uma verdadeira Nação sem população. Conhecemos o exemplo das cidades e países populosos que valendo-se do colectivismo da sua população consegue tocar “a vida pra frente”. Portanto, população é riqueza.
Todavia, no nosso país parece que o homem é o ultimo da fila na cadeia de valorização dos recursos. Senão vejamos; as estatísticas oficiais dadas pela Viacção e Transito revelam o inusitado número de mais de 14 mil cidadão que perderam a vida no país em conseqüência de acidentes de viação. Se quisermos “medir” a dimensão real do valor desse numero podemos fazer o seguinte exercício: morrendo a média de uma pessoa por dia por igual causa ao ano, teríamos tido 365 mortos em 2011. Se tivéssemos tido o infortúnio de perdermos 10 pessoas por dia o numero subiria para 3650 (três mil e seiscentos e cinqüenta). Ora, nem um nem outro numero esta próximo da realidade porque grosso modo perdemos mais de 38 pessoas ao dia por acidente de viacção em 2011.
O meu espanto, é que o numero foi dado com tamanha leviandade que desapareceu da agenda dos noticiários da media como apareceu: num ápice. Não quero culpar quem deu o numero, nem aos media que não deram o valor devido ao facto, mas todos que habituados a desgraça nem sequer repararam que aquele numero revelava uma monstruosidade que tem ocorrido todos os dias nas nossas estradas sem que cabeça alguma raciocine e sugirá mudanças ou no mínimo tomar medida para debelar o mal.
Desde que ouvi o numero que tenho estado a reflectir o quão insensível nos tornamos que o nosso “SOMOS UM POVO ESPECIAL” não é no sentido positivo mais no negativo. Só assim se pode entender que nos julguemos grandes e grandiosos, exibindo o nosso metereoritico crescimento economico, andemos a construir avantajadas infraestruturas, a procurar ser o maior produtor de petróleo no continente e sei lá mais o quê e ninguém se importe com a dimensão do desastre que todos os dias ocorre nas nossas estradas.
Temos de acordar, colocar os pés bem assentes no chão e tomarmos uma decisão. Esta foi a
minha primeira decisão depois de neste sábado ter quase presenciado a colisão de dois veículos (como mostra as fotos) na estrada desvio do Zenza – Trombeta e ter corrido para socorrer as vitimas e a seguir ter se deparado com a mistura de ferro torcido e carne humana triturada que so via antes nos filmes, compreendi a banalização que se votou a vida em Angola.

Para que servem brigadas especiais de transito, pagar multas com multicaixa, socorros vitais básicos, e sei lá mais quantas mordomias que exibimos na televisão, na radio e no jornal se o maior bem, o mais precioso e sem preço é disperdiçado banal e levianamente.
Temos de acordar IRMÃO ANGOLANOS, não temos de continuar a “descer nas estradas” basta uma mudança, basta uma atitude.