quinta-feira, 4 de novembro de 2010

JORNALISMO INVESTIGATIVO
Sem estabelecer um conceito unico e redutor quem incentiva jornalistas a praticarem jornalismo investiggativo  deve conduzir a equipa a perceber que a característica marcante da reportagem investigativa e o descobrimento de informação que não é fácil de obter através de fontes habituais de informação de primeira linha.
Por exemplo: Reportar um jogo de futebol ou uma conferência de imprensa de um ministro não constitui jornalismo investigativo. Em ambos casos o repórter só descreve e analisa um acontecimento publico, presenciado por muitas outras pessoas, entre eles, outros jornalistas. Porem, descobrir quanto pagou um clube de futebol para contratar um novo jogador estrela se essa informação não for publicamente divulgada, é sim um projecto de jornalismo investigativo.
Descobrir um acto de corrupção perpetrado por um ministro e obter provas do mesmo é também jornalismo investigativo.
Grosso modo foi nessa perspectiva que eu e meu grande mestre Robert Powell preparamos e realizamos um pequeno treinamento e consequentemente consolidamos as nossas ideias em um manual a sair sob chancela da BBC WST Angola. Desde aquele momento me apaixonei e auguro que mais profissionais se apaixonem por essa vertente pouco comum ainda entre nós em Angola.
Nessas lides em que me iniciei (como formador), muito se fala sobre as reportagens realizadas de forma clandestina e em alguns casos se tenta conceituar esta verdade do jornalismo como sendo o jornalismo investigativo. Se engana quem assim pensa, porque apesar de ser uma das formas de fazer investigação jornalistica na realidade a maior parte da reportagem investigativa e feita usando as ferramentas normais do repórter que se identifica abertamente como jornalista, porém, a chave da boa reportagem investigativa é rigor, equilibrio e profissionalismo na pesquisa de informação e na sua apresentação ao público, nomeadamente:

Ø  A persistência na pesquisa da informação.
Ø  O uso da imaginação e criatividade em obter ou procurar informação credível de fontes incomuns.
Ø  O rigor na verificação da informação obtida – a confirmação dos factos.
Ø  Atenção aos detalhes – a análise de detalhes chaves pode levar a conclusões importantes.
Ø  A apresentação justa e equilibrada dos factos de maneira a dar um quadro completo da situação que reflecte a realidade total.
Ø  A demonstração clara de que os factos revelados são importantes para o bem publico. (É importante não confundir o interesse das pessoas numa historia suculenta, como um escândalo sexual, com o interesse publico. Toda reportagem investigativa que revela aspectos da vida intima dos inqueridos deve-se justificar pelo bem publico produzido por tais revelações).

Antes de fechar essa reflexão gostaria de me referir aos propalados PERIGOS DO JORNALISMO DE INVESTIGAÇÃO. Na verdade nem sempre é perigoso exercer essa variante do jornalismo. Depende do tema e do contexto político em que o jornalista trabalha. O jornalismo investigativo não tem de ser uma questão de: “Bater o leão com a vara curta”. É importante frisar que se o jornalista mantiver um alto grau de rigor e de profissionalismo no seu comportamento e sobre aquilo que publica, correrá sempre menos perigo apesar de termos de admitir que este perigo existe.
Por isso é essencial basear todas as informações dadas e todas as análises feitas na publicação de factos certos bem verificados junto de fontes credíveis. Portanto quem como eu se quer iniciar nessas lides tem a caminho um contributo da BBC WST  (que ja referi) e modestamente o meu para partilharmos conhecimentos e experiencias maravilhosas que podem engradecer essa nobre profissão para a qual que entrego de corpo e alma.
VAMOS FAZER JORNALISMO INVESTIGATIVO A BEM DA PROFISSÃO E DA NOSSA QUERIDA ANGOLA.

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